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Por Elsa Oliveira

Nos últimos dias Osasco acompanhou, pela imprensa, o drama da família de Bruna Guarnieri Nunes Corrêa, a estudante de 15 anos que foi baleada na segunda-feira, dia 8, e veio a óbito na madrugada de terça, dia 9. Quem atirou nela foi o namorado, Patrick Rafael Vanni Neiva Silva, um enfermeiro de 25 anos que, segundo reportagens, havia comprado a arma dois meses antes de atirar na garota, um indício de crime premeditado, aliado ao fato de ele ter usado uma máscara e ter alugado um carro para usar na logística do crime na mesma semana.

Antes de mais nada quero deixar registradas aqui minha tristeza, minha indignação e minhas condolências à família dessa jovem.

Bruna foi alvejada quando voltava da escola. Era praticamente uma criança, em um dia como outro qualquer, realizando tarefas como outra criança qualquer. Mas quantas de nós, mulheres, não somos surpreendidas, nos nossos dias como outros quaisquer, com um soco, uma surra, um encarceramento, uma privação, uma agressão verbal ou psicológica, uma bala na cabeça?…

O fato é que a morte de Bruna é mais uma que vai engrossar a já tão grande lista de feminicídios que o Brasil assiste com uma frequência que chega a dar nojo, pra dizer o mínimo! Em 2023, o país em que nós vivemos registrou, em média, um feminicídio a cada seis horas. Foram 1.463 vítimas desse tipo de crime, segundo estudo divulgado em março de 2024 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foi o maior registro de feminicídios em nove anos. Em relação a 2022, o percentual de mortes subiu 1,6%.

Desde 2015, quando o crime de feminicídio foi tipificado, o Brasil teve ao menos 10.655 feminicídios, até 2023. Mas esse número pode ser ainda maior, já que o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública considera que há subnotificação de casos, principalmente nos primeiros anos de vigência da lei de feminicídio como qualificadora do homicídio doloso, quando o assassinato acontece em um cenário de violência doméstica em razão da condição de sexo feminino.

São enormes os desafios a serem superados pelo fim dos crimes de ódio cometidos contra as mulheres, e eleger apenas alguns seria uma injustiça. Porém, é preciso começar de algum lugar, e focar na humanização do atendimento das mulheres vítimas de violência, na conscientização tanto da vítima de violência quanto da sociedade enquanto praticante da violência, no apoio às vítimas da violência contra a mulher, na educação e na responsabilização dos meios de comunicação é um importante começo para que os casos de violência contra a mulher nem aconteçam, mas que sobretudo, não evoluam pros assassinatos que assistimos acontecer todos os dias.

Numa sociedade em que o machismo e a misoginia são fundantes e estruturantes das nossas relações e experiências, a violência contra a mulher é algo naturalizado no cotidiano. Para romper com essa mentalidade, é preciso desaprender e desconstruir a misoginia e se educar para a equidade e a justiça. Isso envolve desde a abordagem do tema em sala de aula até a produção de estatísticas que fundamentem as políticas públicas e a realização de campanhas voltadas à população como um todo.

Nesse sentido, acredito que erramos, enquanto sociedade, em, num passado recente, conscientizarmos somente as mulheres quanto aos seus direitos e seu lugar nas relações sociais. É PRECISO FALAR COM OS HOMENS! São em eventos e rodas de conversa com a participação masculina que um homem que ainda não se vê como agressor pode ter despertada, a partir das narrativas que ouve, a consciência de sua condição de agressor e procurar ajuda. São em ações de capacitação sobre a violência contra a mulher que maridos, pais, tios, professores, colegas de trabalho, podem se enxergar como abusadores e parar de normalizar as situações em que colocam as mulheres com as quais convivem.

Por acreditar que esse é um dos caminhos, destinei 150 mil reais em emendas para esse tipo de ação, na esperança de promover o entendimento necessário da sociedade, sobretudo o dos homens, sobre convivência pacífica e respeitosa em relação aos direitos e vontades das mulheres. Parece básico e óbvio que deveríamos ter o arbítrio sobre com quem queremos manter nossos relacionamentos, por exemplo, mas o caso da Bruna mostra que isso não é tão óbvio assim.

O fato é que não podemos mais aceitar e nem compactuar com esse tipo de crime porque isso é da nossa conta! A prisão do rapaz que cometeu esse crime hediondo, premeditado e horrível, não devolve a vida da menina assassinada, não diminui a dor dessa família e não aplaca a nossa vergonha em viver em uma sociedade que ainda pratica a bestialidade de ceifar vidas, sobretudo por motivos que só atendem ao seu monstruoso prazer pessoal.

Elsa OliveiraVereadora e Presidente do Podemos Mulher de Osasco

A postagem O que a morte da pequena Bruna nos mostra? apareceu primeiro em Jornal Digital da Região Oeste.

Por Elsa Oliveira

Nos últimos dias Osasco acompanhou, pela imprensa, o drama da família de Bruna Guarnieri Nunes Corrêa, a estudante de 15 anos que foi baleada na segunda-feira, dia 8, e veio a óbito na madrugada de terça, dia 9. Quem atirou nela foi o namorado, Patrick Rafael Vanni Neiva Silva, um enfermeiro de 25 anos que, segundo reportagens, havia comprado a arma dois meses antes de atirar na garota, um indício de crime premeditado, aliado ao fato de ele ter usado uma máscara e ter alugado um carro para usar na logística do crime na mesma semana.

Antes de mais nada quero deixar registradas aqui minha tristeza, minha indignação e minhas condolências à família dessa jovem.

Bruna foi alvejada quando voltava da escola. Era praticamente uma criança, em um dia como outro qualquer, realizando tarefas como outra criança qualquer. Mas quantas de nós, mulheres, não somos surpreendidas, nos nossos dias como outros quaisquer, com um soco, uma surra, um encarceramento, uma privação, uma agressão verbal ou psicológica, uma bala na cabeça?…

O fato é que a morte de Bruna é mais uma que vai engrossar a já tão grande lista de feminicídios que o Brasil assiste com uma frequência que chega a dar nojo, pra dizer o mínimo! Em 2023, o país em que nós vivemos registrou, em média, um feminicídio a cada seis horas. Foram 1.463 vítimas desse tipo de crime, segundo estudo divulgado em março de 2024 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foi o maior registro de feminicídios em nove anos. Em relação a 2022, o percentual de mortes subiu 1,6%.

Desde 2015, quando o crime de feminicídio foi tipificado, o Brasil teve ao menos 10.655 feminicídios, até 2023. Mas esse número pode ser ainda maior, já que o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública considera que há subnotificação de casos, principalmente nos primeiros anos de vigência da lei de feminicídio como qualificadora do homicídio doloso, quando o assassinato acontece em um cenário de violência doméstica em razão da condição de sexo feminino.

São enormes os desafios a serem superados pelo fim dos crimes de ódio cometidos contra as mulheres, e eleger apenas alguns seria uma injustiça. Porém, é preciso começar de algum lugar, e focar na humanização do atendimento das mulheres vítimas de violência, na conscientização tanto da vítima de violência quanto da sociedade enquanto praticante da violência, no apoio às vítimas da violência contra a mulher, na educação e na responsabilização dos meios de comunicação é um importante começo para que os casos de violência contra a mulher nem aconteçam, mas que sobretudo, não evoluam pros assassinatos que assistimos acontecer todos os dias.

Numa sociedade em que o machismo e a misoginia são fundantes e estruturantes das nossas relações e experiências, a violência contra a mulher é algo naturalizado no cotidiano. Para romper com essa mentalidade, é preciso desaprender e desconstruir a misoginia e se educar para a equidade e a justiça. Isso envolve desde a abordagem do tema em sala de aula até a produção de estatísticas que fundamentem as políticas públicas e a realização de campanhas voltadas à população como um todo.

Nesse sentido, acredito que erramos, enquanto sociedade, em, num passado recente, conscientizarmos somente as mulheres quanto aos seus direitos e seu lugar nas relações sociais. É PRECISO FALAR COM OS HOMENS! São em eventos e rodas de conversa com a participação masculina que um homem que ainda não se vê como agressor pode ter despertada, a partir das narrativas que ouve, a consciência de sua condição de agressor e procurar ajuda. São em ações de capacitação sobre a violência contra a mulher que maridos, pais, tios, professores, colegas de trabalho, podem se enxergar como abusadores e parar de normalizar as situações em que colocam as mulheres com as quais convivem.

Por acreditar que esse é um dos caminhos, destinei 150 mil reais em emendas para esse tipo de ação, na esperança de promover o entendimento necessário da sociedade, sobretudo o dos homens, sobre convivência pacífica e respeitosa em relação aos direitos e vontades das mulheres. Parece básico e óbvio que deveríamos ter o arbítrio sobre com quem queremos manter nossos relacionamentos, por exemplo, mas o caso da Bruna mostra que isso não é tão óbvio assim.

O fato é que não podemos mais aceitar e nem compactuar com esse tipo de crime porque isso é da nossa conta! A prisão do rapaz que cometeu esse crime hediondo, premeditado e horrível, não devolve a vida da menina assassinada, não diminui a dor dessa família e não aplaca a nossa vergonha em viver em uma sociedade que ainda pratica a bestialidade de ceifar vidas, sobretudo por motivos que só atendem ao seu monstruoso prazer pessoal.

Elsa OliveiraVereadora e Presidente do Podemos Mulher de Osasco

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